Esta tirinha de quadrinhos(para melhor visualizar, clique em cima) acima para mim retrata
duas coisas: A primeira, a pureza da criança e a segunda, os verdadeiros
valores. Em relação ao primeiro item, convivo e por vezes percebo o quanto é
lindo a pureza das crianças. Elas falam e fazem coisas que todos os adultos
deveriam cometer, pois, quando crescemos somos introduzidos, as questões dos
rótulos e deixamos muitos acontecimentos não acontecerem por isso.
Arrisco em dizer, que muitos levam uma vidinha mais
ou menos, por questões dos rótulos. Por vezes, até deixam isso de lado, mas
precisam encontrar um “maluco” que lhes oferecem coragem, mas que para alguns
esses “doidos” lhe constrangem. Digo isso, pois esses dias, fui ao um
restaurante (lancheria) com algumas pessoas tentávamos chamar algum garçom. E
para “quebrar” o gelo, sair da rotina, subi no banco para chamar a atenção,
nesse momento, todos que estavam comigo na mesa, imploraram para que eu
descesse, afinal, estavam com vergonha de mim.
Então meus caros irei fazer perguntas a vocês: 1-
Porque as pessoas se preocupam tanto com status? 2- Porque estavam sentindo
vergonha se quem realmente deveria estar era eu? (Afinal, diz o manual do
educado que devemos ser comportados em restaurantes e lugares públicos) e a
terceira e última pergunta, porque devo seguir regras de conduta que me fazem
ser igual aos outros? Se me derem, um motivo, eu disse apenas um, juro que não
farei mais. Confesso que aquela recriminação me deixou triste, mas tentei
respeitar e entender que posso realmente ser um grande babaca e fiquei quieto.
Já em relação ao segundo item dos quadrinhos é o
que me deixa mais triste ultimamente, os valores. Admito que muitas vezes fico
pensando até que ponto escolhi a profissão correta. E não é chororô, o meu
salário realmente é baixo, comparado com algumas profissões (não desmerecendo
elas) que tem como nível educacional o ensino médio.
Entretanto, nesses dias e com certeza Deus ou
forças do cotidiano (para quem não acredita em Deus) me demonstram que escolhi
a profissão correta. E não é por causa de algo que envolve dinheiro e sim
coisas simples como um abraço de uma criança, um “bom dia professor, tudo bem?”
ou um “obrigado” de um aluno adulto, já me sinto muito realizado. Saber que cativei
que consegui atingir não somente o conteúdo, mas o respeito, o carinho e a
admiração fazem com que eu encontre meu tesouro.
Esses dias ao terminar uma aula do terceiro ano do
ensino médio regular, onde durante a aula, além de praticarmos, também
discutimos sobre esportes, culturas e outras coisas, ouvi de um aluno: “Bah
Sor, a gente gosta das tuas aulas, do Sor Arnoldo e da Sora Vanessa, porque
vocês fazem a gente pensar e não só tocam matéria”. Quando ouvi isso fiquei
emocionado, afinal, fui comparado com dois profissionais que tenho admiração e
que respeitam a Educação Física, do mesmo modo como as outras matérias que
culturalmente são ditas como mais importantes, foi gratificante.
Alguns de vocês devem estar pensando que sou um
tremendo de um idiota, pois, o meu tesouro são essas coisas. Mas aviso, se o
seu tesouro é um carro importado, uma cobertura em algum prédio chique ou
roupas de grife, te pergunto: As pessoas te valorizam pelo que você é ou pelo que
você tem?
Eu graças a Deus é a primeira opção.
Mùsica para ouvir: Pose- Engenheiros do Hawaií
"Vamos velejar num mar de lama, se faltar o vento a gente inventa, vamos remar contra a corrente, desafinar o coro dos contentes"